quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Especismismo.

Formiguinhas trabalhando arduamente para conseguir comida para os dia de frio, quando ficarão entocadas, fugindo de congelar.
E nós, antropomórficos, possuidores de massa encefálica de peso superior e polegar opositor, malhamos o ano inteiro:  não somente nossos corpos esbeltos e sem saúde, mas também o intelecto. 345 dias no ano esperando os efêmeros 20 dias que acontecem entre os afazeres natalinos e o Dia de Reis. Tudo para melhorarmos as estatísticas.
O solstício de verão tinindo e nós escolhendo entre encolher-nos na fila do shopping com milhões de sacolas de lembrancinhas que não lembram nada ou fazer dieta na beira de um mar que não é mar-morto, mas não tem vida. Nossa dieta inclui roupas tão curtas quanto o personal trainer nos possibilitou alcançar, água de coco de caixinha e os restos das guloseimas que o Reveillón roubou do Natal em família.
Passados os efeitos de um verão mal vivido entre trânsito na serra e fila no supermercado e no hospital, começamos a reiniciar nossas conquistas anuais. Agenda nova, folhinha na geladeira, corpo não tão esbelto, mas agora bronzeado, sensual.. pós-vermelhidão. Pós-moderno.
Logo chega o Carnaval e nos traz um flashback final do que gostaríamos, mas nunca houvemos vivido.

E as formigas, pobrezinhas, trabalham tanto só para conseguir comida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog