domingo, 26 de julho de 2020

Diário de Quarentena #12 Café Doce

Difícil te deixar partir sem saber quando volta
E pra provar que não queria ir deixou a toalha molhada
Fiquei

Eu não sei quando vou te ver
Nem sei quando que eu descobri
Que o amor tinha teu cheiro
Nos teus cabelos hidratados por mim

Cuidei que os teus cachos não se enrolassem nos meus embaraços
A minha dor só cresceu por amor e vontade
O meu amor só cresceu, com a dor da saudade
Volta logo pra eu poder sorrir, te espero com café, tabaco e viola
Minha varanda pro mar não tem graça sem sua vontade de amar
Acordar e não te ver do meu lado, só dói quando respiro
O silêncio do seu piano na tarde de Angra dos Reis

A casa ficou vazia sem suas roupas e suas manias
Nosso copo cheio depois das 6
E meu pandeiro ecoando
Nas brancas paredes que a gente prometeu decorar ou abafar

Quem me dera você me esperar para jantar amanhã
Falar das minhas besteiras, rir de alguma piada
Perder a hora todos os dias para não sair do seu abraço
Nosso amor já dura 9 meses e uma vida

Quem me dera agora poder comer esses tantos quilômetros
Estar à distância de um cômodo e perguntar o que vamos jantar
Carregar em mim um pedaço de você, que fosse crescer
E se tornar o fruto mais lindo do nosso amor

A rotina nos fortaleceu, a quarentena nos aproximou
Ficar isolada no seu sorriso foi o presente mais sincero que deus me deu
Eu não creio, mas peço que ele te acompanhe nesta caminhada.

Espero que volte logo que meu violão não aguenta mais mi menor
A mudeza do derbak encostado, a sutileza do café adoçado
Qual é mesmo o formato da cama sem você?

Não quero me acostumar, porque logo estaremos juntos
Hora de içar a vela que logo o vento vai bater
E a gente se encontra em algum ponto desse mar
Doce mar.
Doce lar.

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