domingo, 8 de março de 2015

Um dia em que o céu derramou umas gotas de chuva para me confortar.

"Suicídio é admitir a morte no tempo certo e com liberdade." (Nietzsche)

O suicídio é uma forma que o indivíduo encontra de expressar-se quando a sociedade não o permite de outras formas. É um caminho para causar um abalo no mundo ao redor. Uma escolha.

Ah, e essa dor oculta assim?
Ah, por que tão trágico fim?
Ah, ao final da passagem pela vida, o que será?
Será que não podia um passarinho verde pousar e cantar na janela da sala?
Ou um arco-íris brilhar no céu enquanto as gotas da chuva tocassem sua pele?
Se ninguém percebeu o desespero em seu olhar, quem sabe a natureza não pudesse ajudar.
Qualquer coisa que te distraísse quando no gatilho seu dedo insistisse.

Eu sei que o mundo é complicado e às vezes parece não ter mais espaço ou caminho. Sei que a dor às vezes embaça a vista e faz o peito apertar.
E você, que sempre teve a coragem dos maiores feitos, por que teria medo agora? Foi com força, escolheu a saída de emergência. Foi sem medo, de corpo inteiro.

Eu não queria estar na sua pele, com a dor e seja lá o fardo que carregava. Queria estar ao seu lado, te lembrando como eram mesmo aqueles tempos de risadas e saltos no parque, de passeios pela cidade encontrando caminhos.

Ah essa dor toda! Espalhou-se para a gente em volta. Essa coisa intensa que era a vida, se torna temporariamente serena e nostálgica.
Viva a coragem de ir sem medo quando o mundo lhe pareceu inviável.
Viva a alegria que é a maior lembrança sua que tenho: seu sorriso!

Um traceur, que construiu o caminho que lhe parecia mais rápido, seguro e fluente.
Deixa lembranças, erros, mediocridades e grandes inspirações, como todos que se vão.
Estejamos atentos, amigos.
Abracemo-nos e vamos nós seguindo e encontrando nossos caminhos!
Um amigo partiu em 4 de março de 2015, aos 23 anos.



2 comentários:

  1. A perda do meu filho, me fez perder quase tudo, o sorriso, a esperança, a fé, a vontade de continuar... Estou diariamente lutando para seguir e reconstruir outra historia, outra vida, sem ele, e esta nova vida não tem a doçura daquele sorriso e portanto não sera cheia de alegria, mais estou aqui, e tenho a minha outra metade, que me faz continuar... e vou seguindo com o vazio que somente as mães que perderam seus filhos pode compreender.

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    Respostas
    1. Vamos nos apoiando nas metades, nas partes... Ainda bem que não estamos sozinhas!

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