segunda-feira, 10 de julho de 2023

Sem cor, sem sabor, sem nada.

Estou sem paciência para vocês.

E para mim e para as minhas memórias. Só me resta o silêncio das coisas que não digo.

As grito, por isso ficam incompreensíveis.

Me perco, esqueço, confundo, desfaço. Pareço e estou sempre por um fio.

Dizem que qualquer vento me derruba, torcem o nariz. 

Digo mais: já estou caindo, embora as folhas das árvores pareçam imóveis e sem cor.

Sem sabor, sem sorriso, sem perspectiva. Parece que o fim de tudo vai dar na mesma, não importa.

Todos vamos virar comida de minhoca, não é mesmo? Então tanto faz.

Morrer me assusta, desespera. O que parece não ter graça é o que vem antes.

Daí de onde você me olha, parece que o fio aguenta ou arrebenta?

Pareço apresentável ou miserável?

E você, o que tem feito para se adequar? Se adequar tem tido qual efeito em você?

Deixa essa de presente. Por favor, cale-se. Me deixe calar.

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