Estou sem paciência para vocês.
E para mim e para as minhas memórias. Só me resta o silêncio das coisas que não digo.
As grito, por isso ficam incompreensíveis.
Me perco, esqueço, confundo, desfaço. Pareço e estou sempre por um fio.
Dizem que qualquer vento me derruba, torcem o nariz.
Digo mais: já estou caindo, embora as folhas das árvores pareçam imóveis e sem cor.
Sem sabor, sem sorriso, sem perspectiva. Parece que o fim de tudo vai dar na mesma, não importa.
Todos vamos virar comida de minhoca, não é mesmo? Então tanto faz.
Morrer me assusta, desespera. O que parece não ter graça é o que vem antes.
Daí de onde você me olha, parece que o fio aguenta ou arrebenta?
Pareço apresentável ou miserável?
E você, o que tem feito para se adequar? Se adequar tem tido qual efeito em você?
Deixa essa de presente. Por favor, cale-se. Me deixe calar.
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