quarta-feira, 3 de junho de 2020

Diário de Quarentena #6

Se num fosse esse tal corona
Eu taria agora aglomerada
Tomando uma cachaça pesada
No copo que todo o salão bebeu

A banda puxando arrastado
Eu ia é dançá no intervalo
Porque aquele forró balançado
Quem taria tocando era eu!

Debaixo do chapéu de palha
Com camisa ou vestido xadrez
Ia tá zabumbando o forró
Vendo as perna do povo da nó

O sanfoneiro palhaço
Sapateando com o dedo nos baixos
Ia tirá uma sonzera
De remexe a batina da freira

E quando tivesse um tempinho
Entre uma pipoca e um quindinzinho
Ia pra fila do correio elegante
Botar um verso nesse romance

E quando chamasse o seu nome
A notícia já era sabida:
O triangulêro do trio
Era o amor da minha vida.

Mas olha que a coisa tá feia
Moro na praia e num posso ver a areia
Cês trate de ficar bem isoladinho
Que é logo, loguinho
A gente volta pra farreá

Mas pode aquecer as canela
Que findando o vírus de meia tigela
Vo fazer forró todo dia
Natal, Carnaval, Funeral
Se me chama
Vai ter forró pra dançá.

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