quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Quando saiu da rua.

Um lindo sorriso ela tem. Que dentinhos pequenos, que delicadeza.
O olhar distante sempre, nunca me olha. Atravessa, passa direto.
Despreza e enterra os sentimentos mais doces e vulgares que me desperta. Traz uma água de coco, bebe, se lambuza em um riso leve e me faz querer o frescor de seus dedos.
Vira de costas, esconde suas curvas, joga o cabelo. Ah! O comprimento do cabelo, suas ondas uma a uma.
Amarra as mãos a um corrimão qualquer e tenta ver o mundo passar. Grita com quem passa de longe e acena com a mão amarrada.

E corre tanto, tanto, o tempo todo. Sempre passa correndo. Ama os vícios e as intensidades.
Tão linda e com tão más companhias. O passo tão suave, mas tanto peso na mão fechada, no corpo mole.

Ninguém viu, ninguém percebeu. Só a moça do caixa do supermercado que sempre a via passando no mesmo horário com os mesmos produtos.
E ela desapareceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog