quarta-feira, 19 de junho de 2013
A maleta do gato Félix
Só que o menino queria mais.
Não bastou ver seus amigos perdendo a saúde e a beleza, não bastou ver na TV os finais trágicos, não bastou.
Ele foi até o olho do furacão e abriu a maleta de tudo o que fica guardado. Tudo se espalhou por toda parte e ele ficou ali, sentado, esperando para ver o que poderia acontecer. Nunca havia dado a cara tão a tapa. Nunca havia imaginado que teria tanto medo de tapas.
O furacão parou bruscamente. Silêncio e inércia.
E depois de alguns minutos, frustrado, começou a recolher suas ferramentas com alguma revolta. Enquanto as guardava de volta, algumas lágrimas molhavam o tecido vermelho da maleta. Trancou com correntes e cadeados para que nunca mais pudesse trair a si mesmo e foi andando em qualquer direção secando o rosto.
Quem viu não entendeu: era só mais um amor perdido.
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Não bastou se jogar em meio a um furacão, quis ter si mesmo o gosto da delilusão; deixounque seu delirio o levasse longe do paraiso que o seu ideal de amor era levado...
ResponderExcluirquebrador, quebrou sua própria dor...
para que os destroços possam o recompor...
a maleta aberta não carrega mais nada, nem seu coração o lhe satisfaz, apenas a dor de ter perdido um amor.