A chuva caía lá fora e eles deitados na cama.
Era a manhã interminável, o conhecer e desconhecer, o cada segundo.Os risos, sorrisos e silêncios, todos compondo os traços e terraços da paixão.
Horas de palavras, beijos, abraços. Tudo na velocidade dos corpos, no ritmo dos olhares.
Um meteoro poderia atingir a terra e eles não se moveriam nem um milímetro.
Tudo parado - por dentro, por fora, no meio. As bocas secas e os olhos úmidos.
Ele sai só para beber água, mas quando abre a porta, um forte vento bate e a deixa de cabelos desgrenhados.
Ao voltar ele já não reconhece. Os olhos úmidos delas já não brilham.
Seus cabelos assustam, fazem ter vontade de correr, fugir.
E ele foge para fora, onde chove...
Mas em breve...
(Hum, querido espectador, você mal sabe o quão breve um breve momento pode ser...)
Em breve uma alma boa não tão boa apareceu. Vestida de negro, olhos grandes. Sozinha na chuva mas não por falta de opção. Um olhar assassino...
E a outra sai do cômodo seco com um guarda-chuva, esquece a porta aberta, esquece a vida inteira. Grita pelo nome dele na escuridão.
Mas quando menos espera, aquela de preto, de olhos grandes e olhar assassino, rouba seu guarda-chuva e corre.
Quando menos espera, a outra encontra os dois, a alma não tão boa o abrigava dentro de seu guarda-chuva roubado. E riam insanamente da outra de cabelo desgrenhado, molhada da chuva, com frio e sem nada que valesse a pena.
Ela sempre usava interrogações, ele começou a usar exclamações!
Mas quando ele resolveu colocar um ponto final, ela ficou com as reticências....?!
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