terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vulcões...

E de repente, ela sente vontade de se apaixonar.
Começa a lembrar-se das pessoas próximas, das qualidades, dos detalhes apaixonantes...
Tem vontade de apaixonar-se virtualmente, por alguém da TV, de outro país, que não fale sua língua, alguém que não a ame ou odeie, alguém que sequer a conheça.

Entra e sai de casa, passeia pelo jardim, sorri para os pássaros, para as flores, chora de emoção com um chafariz quebrado, imundo e com musgos verdes. Tenta fechar os olhos e imaginar os mais distante dos amores.
Cai em prantos pelo impossível amor. Diz em voz baixa que o amará para sempre, que aquela rosa que acabara de colher é para ele e prova seu amor. Lembra-se das noites que não passou amando a misteriosa criatura, das juras de amor que não foram trocadas, dos dedos nos dedos, do pescoço que jamais beijou.

Sonha acordada. Se sorri, em um segundo já chora. Perde o medo do medo de sofrer, perde a cabeça, quer viajar para conhecer um amor qualquer. Sente saudade de quem viu apenas uma vez. Tem vontade de mudar de vida.

Seu marido não compreende, nem bem sabe de seus desejos repentinos. Age como sempre faz: rotina... Café, pães, almoço, computador, negócios, bom-dias e boa-noites secos e mecânicos. A ama, a deseja, mas não agrada! Tanto e tanto do mesmo. Ela busca a aventura que ele não é mais capaz de dar; o carinho que nunca precisou, neste momento precisa! Mas pobres são os homens apaixonados pelas inconstantes e suicidas. Sabe que o amanhã nunca será como o hoje, mas nunca lembram-se de pedir o manual de usuário ao enamorar-se.

E quando menos espera, está deitada na cama, dopada de anti-depressivos. Apenas um pensamento vem sobrevoando sua clara tez: Nunca aprenderei a amar.

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