segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Se alguém quisesse entender...


E ela já não cantava no chuveiro, não dançava mais à toa, parou de ouvir músicas altas, já não ouviam suas risadas, não saía com os amigos, não tinha mais a segurança que havia construído. Fechou todas as janelas, mas deixou uma porta aberta, caso o acaso fizesse alguém entrar. Não sentiam seu perfume. Quando a viam não tinham a vontade de abraçá-la. Foi maior o definhamento. Nem mesmo a natureza a podia consolar. E as milhões de cachoeiras e árvores e arco-íris e belezas... Nada foi suficiente.
Em seus olhos, se alguém olhasse, só viria as marcas e cicatrizes de uma vida.
Por que o mundo joga tudo em nossas costas de uma só vez?

E quando se foi, ninguém sequer notou...

Ainda se ouvia a última nota da canção que dormia ouvindo.

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