
Como fazer um bom cidadão, com alto índice de aprovaçao e uma super(ficial) capacidade em entender e lidar com tudo e todos?
Pegue uma porção de valores pré-conceituais, junte com uma xícara das grandes de intolerância e misture bastante até que pareça uma massa lisa. Em seguida, se a mistura ficar exposta a ver o mundo real, provavelmente vai ferver um pouco e levantar bolhas, cubra com um pano quente para que não se perceba.
Reserve.
(Cuidado para não ficar de costas para essa mistura. Ela pode espirrar e causar sérios danos. Fique de olho!)
Quando for colocar no forno, não deixe o fogo muito alto. Se as coisas realmente esquentarem, o cidadão já quase formado não resistirá disfarçar por muito tempo e acabará perdendo o controle, parecendo um mal cidadão.
Envolva com roupas que escondam a barriga, valorizem os braços, pernas, peitos, quadril e cintura, um cabelo arrumado (liso e comprido se for uma fêmea, curto e cheio de gel se for um macho) e lhe ensine bons modos na frente dos outros, mesmo que não faça sentido ou isso o humilhe.
Coloque-o em um bom emprego (lê-se: com boa remuneração) e ao seu lado um companheiro fabricado também com as mesmas cracterísticas. Não importa se o companheiro é carinhoso, o trata bem, o faz feliz, quer seu bem e o ama. O que importa é mantenham sempre a boa e sorridente imagem frente às câmeras. Providencie câmeras, para gravar sua estável felicidade, congelada.
Ah, sim! É importante fazê-lo entender que para ser feliz e ter amigos, é necessário ser falso e viver das velhas regras de moral, mesmo que não as aceite ou entenda.
E não se esqueça! Quando soltá-lo no mundo, talvez ele vire contra você.
Mas não se importe. Faz parte, basta ler as regras da etiqueta.

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