"Nunca mais saiu da minha boca o gosto amargo da palavra traição..."

E por linhas tortas grafo o caminho complexo das pedras e das chuvas.
E as cachoeiras vão-se indo, ao longe posso ouvi-las.
Uma porção de escolhas erradas e uns goles por bocas megeras demais para engolir.
E silêncio, e nada!

Olhos, olhares, palavras...
Eu ainda me lembro de quando perdi a noção do tempo e, depois, como num filme antigo já assistido muitas vezes, em lágrimas me perdi em seus braços.
Mas no final eu sai correndo, como sempre. Vendei seus olhos, corri e te pedi para não olhar.

Ainda sinto o frio que me causou todos os risos, os riscos.

Nunca quis acalmar o fogo ou apagar a palha que queimava, mas atualmente minhas lágrimas incessantes não conseguem fomentar fogueira ou nada.
E dentro de mim, é como um sussurro, ouço as vozes que um dia me deixaram em paz.

Se quer saber, a falta que sinto é indefinível e inconstante.
Se por hora sou um lobo, em um minuto sou um rato e já no outro viro cobra.
Aproximar-se pode ser um erro, ou uma vantagem.

Você arriscaria?!
Eu não!

"Eu perdi quase tudo que eu tinha: a paz, a paciência, a urgência, que me levava pela mão."