domingo, 14 de junho de 2009

O pássaro e a rocha


A vida era somente mais uma fase a se passar...
Até que me chega um pássaro colorido e mostra o caminho das flores.
E comecei a sentir e comecei a viver essas flores, essas cores esses perfumes...
Quanto tempo estaremos aqui fingindo que a vida tem sido vivida?
Se eu soubesse que além das flores me apaixonaria pelo pássaro, não teria esperado tanto para procurá-lo.

Paixões nunca são proibidas por natureza, nós nos proibimos de viver por uma questão de cárcere.

Gosto de um pássaro colorido que não sei se pensa em mim...
Seus olhinhos redondos mostram o equilíbrio e cuidado que tem em viver.
Seu bico deixa a duvidar se a vida é real ou é ilusão.
Gosto de seu canto doce, de quando canta algum sussurro em meus ouvidos.
E quando, para me provocar, bate suas asas e voa para longe, eu aprecio e invejo sua liberdade...

Só não me deixe, pássaro belo, a ver miragens no ar. Bata suas asas, venha para perto de mim: uma rocha estranha e sem cor que admira sua leveza, sua capacidade, sua vivacidade.

E não me confunda, pássaro de cores, com as outras rochas por ti apaixonadas, que sou, entre elas, a mais oposta, a mais estranha, aquela que ao olhar sentes náuseas, mas algo aproxima-nos como num borboletar e logo seus cárceres o impedem de estar muito tempo ao meu lado.

Sou rocha e sinto, porque tu, pássaro lindo, com olhos tão abertos, não podes me ver?

Um comentário:

  1. "Paixões nunca são proibidas por natureza, nós nos proibimos de viver por uma questão de cárcere." Muito forte, isso. Muito bonito o texto. VIm retribuir a visita. LOgo farei outras. Sucesso, moça!!

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