Amanhã: uma festinha bonita com todos.
E hoje, como sempre, só desejo fechar meus olhos... Posso?
Esquecer a paranóia, esquecer a inocência... Quero esquecer de dinheiro: excesso e falta.
Lá fora ainda ouço o barulho do spray dos pichadores e o silêncio aterrorizante de um caminhar sozinho: alguém que anda do outro lado da rua e bate com cuidado o salto do sapato no chão: tenta ser rápido e ao mesmo tempo imperceptível. Encapotado, veste um sobretudo preto, tornando mais difícil a definição do sexo. Uns cachorros latem furiosamente, enquanto outros apenas levantam sua cabeça e volta à bolinha de pelo em que se encontravam. Apenas um late feliz e abana o rabo. Reconhece o dono e o recebe mesmo sendo às três da manhã. O ruído velho do portão e as duas voltas da chave. Volta o silêncio sepulcral daquela madrugada de primavera; e seu suor continua a correr seu rosto todo, o coração continua a aceleração que havia se acalmado e os maus presságios vêm à tona numa espécie de culpa e medo.
Você já viveu isso?
A coragem e a desesperança andando lado a lado... Mas ninguém na verdade preocupou-se em olhar no mais fundo de seus olhos.
~* Como é intenso viver!
Nenhum comentário:
Postar um comentário