quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Devoro-me.


Se encontrasse a fonte de sorrisos joviais. Se furasse todos os encontros, perdesse os telefones e desaparecesse das redes sociais. Se se permitisse de uma vez por todas comer só o que fizesse bem. Se de maneira egoísta investisse mais tempo em si do que nos outros, fizesse as malas a cada duas semanas, ou sempre que desse vontade. Se nunca desfizesse as malas. Se treinasse para que suas pernas e braços fossem fortes o bastante para aguentar o peso das coisas mal vividas que ainda se quer viver. Se perdesse o emprego, a hora e os amigos e escolhas superficiais.
O mundo a perdoaria?

E se continuasse sentada no escritório, olhando para o relógio, pensando no trânsito e na papelada acumulada para amanhã, como estava.
Ela perdoaria?


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