Hoje eu me apaixonei por um fio. Não um fio de cabelo. Uma linha, um pedaço inanimado de algo que já teve vida um dia.. Talvez algodão, talvez nylon... Não há como ter certeza. O conheci às 9 da manhã e, no momento em que o vi repousando sobre meu lençol, sabia que era a paixão mais ardente que um ser humano poderia ter.
Quando a paixão acabou, perdi a cabeça, chorei por semanas. Até que encontrei uma porta. Lá pras 3 e tantas, me apaixonei pela porta. Ela abria, fechava, com sua bela maçaneta e seu trinco. Não havia nada mais belo do que a linda cor daquela porta. Infelizmente me cansei do seu movimento sempre tão igual embora variasse em si mesmo. Dessa vez já não chorei, apenas me comovi com seu fechamento repentino causado pelo vento, seu novo amor.
Depois disso até olhei para os lados, conheci alguns outros, tentei mudar de time, nada me adiantou, nada mais me encantou. À partir da 0 hora, comecei a observar o movimento da toalha no varal. Que delícia, que requebrado! A etiqueta quase aparecendo por trás de suas dobras, mas era só para causar um mistério. De repente parece que o mundo ganha uma nova cor. Meu novo amor eterno é a toalha ali, no varal, do jeito que está neste momento! Nunca me apagará esta imagem! E eu nem me importo que o vento a sacuda tanto. Sei que depois de um banho relaxante, é em mim que ela vai se esfregar!
Seu eterno novo amor, Bibelô!
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