domingo, 7 de novembro de 2010

Desejo que enfeitiça, distrai, estraga, destrói...


Os olhos que olhavam, a boca que desejava, as mãos que se entrelaçavam, os braços que envolviam, o nariz que cheirava... Tudo aquilo que representava a subjetividade de uma paixão.
E de repente um estrondoso silêncio:
O olhar se desvia, a boca pragueja, as mãos agridem, os braços se cruzam, o nariz nausea.
Um brilho que se apaga, uma voz longínqua canta a triste canção que um dia nos fez sorrir, em um ritmo mais lento, uma menor frequência.

O ciúme que vem da inveja, que vem da falta de atenção.A carência, a vontade do abraço, do olhar. A clara ignorância.

E a subjetividade é eliminada, só fica a objetividade, o corpo, os hormônios, os espamos. A fuga do assunto, as lágrimas em silêncio, sem motivo, sem interesse. O desinteresse do dia, a importância da noite. A entrega mecânica, as frases maliciosas decoradas, o fingir, o simular.

Logo depois, a tentativa de reavivamento e a frustração, seguida de um acesso de raiva, um acesso de tristeza, um sentir-se nada, sentir-se usada.

E o antes do suor? E o antes do gozo? E o antes do último cigarro?
E antes, e nada.

As palavras jogadas ao vento. As palavras guardadas dentro. Sem palavras, tão menos atitudes.
E a lembrança do sorriso, do abraço, do carinho. A vontade de voltar, esperar o tempo passar e não começar nada, nunca mais.

E você?
Nunca terá culpa da impulsividade de que sou capaz.

É preciso ser forte. O fruto sempre é bem mais pesado do que a semente!

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